Evangelho Quotidiano

19. April 2024 : Sexta-feira da 3ª semana da Páscoa
Santa Maria da Encarnação, viúva, religiosa, +1613
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Livro dos Atos dos Apóstolos 9,1-20.

Naqueles dias, Saulo, respirando ainda ameaças de morte contra os discípulos do Senhor, foi ter com o sumo sacerdote
e pediu-lhe cartas para as sinagogas de Damasco, a fim de trazer algemados para Jerusalém quantos seguissem a nova religião, tanto homens como mulheres.
Na viagem, quando estava já próximo de Damasco, viu-se de repente envolvido numa luz intensa vinda do céu.
Caiu por terra e ouviu uma voz que lhe dizia: «Saulo, Saulo, porque Me persegues?».
Ele perguntou: «Quem és Tu, Senhor?». O Senhor respondeu: «Eu sou Jesus, a quem tu persegues.
Mas levanta-te, entra na cidade e aí te dirão o que deves fazer».
Os companheiros de viagem de Saulo tinham parado emudecidos; ouviam a voz, mas não viam ninguém.
Saulo levantou-se do chão, mas, embora tivesse os olhos abertos, nada via. Levaram-no pela mão e introduziram-no em Damasco.
Ficou três dias sem vista e sem comer nem beber.
Vivia em Damasco um discípulo chamado Ananias e o Senhor chamou-o numa visão: «Ananias». Ele respondeu: «Eis-me aqui, Senhor».
O Senhor continuou: «Levanta-te e vai à rua chamada Direita procurar, em casa de Judas, um homem de Tarso, chamado Saulo, que está a orar».
Entretanto, Saulo teve uma visão, em que um homem chamado Ananias entrava e lhe impunha as mãos, para que recuperasse a vista.
Ananias respondeu: «Senhor, tenho ouvido contar a muitas pessoas todo o mal que esse homem fez aos teus fiéis em Jerusalém;
e agora está aqui com plenos poderes dos príncipes dos sacerdotes para prender todos os que invocam o teu nome».
O Senhor disse-lhe: «Vai, porque esse homem é o instrumento escolhido por Mim para levar o meu nome ao conhecimento dos gentios, dos reis e dos filhos de Israel.
Eu mesmo lhe mostrarei quanto ele tem de sofrer pelo meu nome».
Então Ananias partiu, entrou na casa, impôs as mãos a Saulo e disse-lhe: «Saulo, meu irmão, quem me envia é o Senhor — esse Jesus que te apareceu no caminho por onde vinhas —, a fim de recuperares a vista e ficares cheio do Espírito Santo».
Imediatamente lhe caíram dos olhos uma espécie de escamas e recuperou a vista. Depois levantou-se, recebeu o batismo
e, tendo tomado alimento, readquiriu as forças. Saulo passou alguns dias com os discípulos de Damasco
e começou logo a proclamar nas sinagogas que Jesus era o Filho de Deus.

Livro dos Salmos 117(116),1.2.

Louvai o Senhor, todas as nações,
aclamai-O, todos os povos.
É firme a sua misericórdia para connosco,
a fidelidade do Senhor permanece para sempre.

Evangelho segundo São João 6,52-59.

Naquele tempo, os judeus discutiam entre si: «Como pode Jesus dar-nos a sua carne a comer?».
E Jesus disse-lhes: «Em verdade, em verdade vos digo: se não comerdes a carne do Filho do homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós.
Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e Eu o ressuscitarei no último dia.
A minha carne é verdadeira comida e o meu sangue é verdadeira bebida.
Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em Mim e Eu nele.
Assim como o Pai, que vive, Me enviou e Eu vivo pelo Pai, também aquele que Me come viverá por Mim.
Este é o pão que desceu do Céu; não é como o dos vossos pais, que o comeram e morreram: quem comer deste pão viverá eternamente».
Assim falou Jesus, ao ensinar numa sinagoga, em Cafarnaum.

Seja a fé a garantir-te que recebes o pão do Céu e o cálice da salvação!

Naquele tempo, Cristo disse: «Se não comerdes a carne do Filho do homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós». Mas eles não ouviram estas palavras espiritualmente e foram-se embora escandalizados, julgando que o Senhor os tinha convidado para uma refeição comum.

Já no Antigo Testamento havia os pães da proposição. Mas deixou de ser necessário oferecer o pão da Antiga Aliança. Na Nova Aliança, temos o pão do Céu e o cálice da salvação (cf Sl 115,13), que santificam a alma e o corpo. De facto, tal como o pão se acorda com o corpo, assim o Verbo se harmoniza com a alma.

Portanto, não te detenhas no pão e no vinho como se fossem apenas isso, porque, segundo a afirmação do Mestre, eles são corpo e sangue. Seja qual for a perceção dos sentidos, que a fé seja o teu conforto. Não julgues a realidade pelo seu sabor, mas pela fé. [...]

O que aprendeste dá-te esta certeza: o que parece pão não é pão – embora tenha sabor a pão –, mas o corpo de Cristo; e o que parece vinho não é vinho – embora o gosto o queira afirmar –, mas o sangue de Cristo.